Antônio Gonçalves Dias nasceu no dia 10 de agosto de 1823, nos arredores de Caxias, no Maranhão. Filho natural de português e mestiça, com a morte do pai, que entretanto se casara regularmente, é enviado pela madrasta a estudar Direito em Coimbra (1838). Durante o curso, escreve seus primeiros versos e participa do grupo de poetas medievistas que se reunia em torno do o Trovador. Formado em 1844, regressa ao Maranhão, e conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, que lhe inspiraria mais tarde o poema "Ainda uma vez — adeus!". Em 1846, muda-se para o Rio de Janeiro, onde se dedica ao magistério (professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II), ao jornalismo (redator da revista Guanabara) e à elaboração de sua obra poética, teatral e etnográfica e historiográfica, a última das quais relacionada com as várias missões que lhe são destinadas, aqui e no estrangeiro. Faleceu ao regressar de uma viagem à Europa, no naufrágio do "Ville de Boulogne", já próximo do Maranhão, a 3 de novembro de 1864. Escreveu: Primeiros Contos (1846), Leonor de Mendonça, teatro (1847), Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos cantos (1851), Os timbiras (1857), Dicionário da Língua Tupi (1858), Obras Póstumas, 6 volumes; organizadas por Antônio Heriques Leal (1868-1869). Primeiro poeta autenticamente brasileiro, na sensibilidade e na temática, e das mais altas vozes de nosso lirismo, dele foram selecionadas três composições, amostra expressiva de sua duas "maneiras fundamentais, a lírico-amorosa e a indianista.
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